A precisão científica da perícia papiloscópica foi determinante para identificar o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira como um dos principais envolvidos em um plano audacioso para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou como o militar tentou ocultar sua identidade e envolvimento, mas foi desmascarado pelas suas próprias impressões digitais.
Digitais em CNH Expõem Suspeito
O desdobramento do caso começou quando a PF apreendeu um celular pertencente ao suspeito. No dispositivo, peritos encontraram uma imagem da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Lafaiete Teixeira Caitano, um contador goiano que havia sido envolvido no esquema sem sequer desconfiar. As digitais parcialmente visíveis na imagem se tornaram a chave para solucionar o mistério.
O Papel Decisivo da Perícia
A fotografia foi enviada ao Instituto Nacional de Identificação (INI), que realizou uma análise minuciosa. O laudo pericial, lavrado por papiloscopista policial federal, confirmou que o dedo indicador esquerdo que aparece na imagem é de Rafael de Oliveira. Essa evidência científica foi fundamental para estabelecer o vínculo direto do suspeito com a trama criminosa.
A análise papiloscópica eliminou quaisquer dúvidas a respeito da identidade do envolvido, comprovando que Rafael de Oliveira manipulou os documentos de Lafaiete Caitano.
Como o Plano Foi Montado
A trama para criar uma identidade falsa começou após um acidente de trânsito na BR-060, em Goiás. Em 24 de novembro de 2022, Rafael de Oliveira se envolveu em uma colisão com o veículo de Lafaiete próximo ao município de Santo Antônio do Descoberto. Aproveitando a ocasião, ele fotografou a CNH e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) do contador, sob o pretexto de resolver questões burocráticas.
Dias depois, em 8 de dezembro, Rafael usou as informações para habilitar um número telefônico no nome de Lafaiete. Esse número foi associado ao codinome “teixeiralafaiete230”, usado para coordenar a chamada “Operação Punhal Verde Amarelo”, em 15 de dezembro de 2022.
A Verdade Revelada Pelas Impressões Digitais
As investigações concluíram que Lafaiete foi vítima de um esquema ardiloso e não tinha qualquer envolvimento com o plano criminoso.
“Rafael de Oliveira usou os dados de Lafaiete, um terceiro de boa-fé, para mascarar sua identidade e dificultar o rastreamento da operação clandestina”, esclareceu a PF no relatório.
A comprovação por meio das impressões digitais foi crucial não apenas para identificar o verdadeiro responsável, mas também para preservar a inocência de Lafaiete.
Um Marco na Investigação Criminal
O caso reforça a relevância da perícia papiloscópica como uma ferramenta imprescindível para investigações complexas. A precisão técnica foi determinante para desmascarar um esquema que buscava desestabilizar instituições democráticas e atacar um dos principais ministros do STF.
Com as provas em mãos, as autoridades seguem aprofundando as investigações, enquanto o papel da papiloscopia na resolução de crimes se consolida como um pilar fundamental para garantir justiça e transparência.
O que é o Papiloscopista?
É o perito oficial que realiza perícias papiloscópicas em locais de crime, laboratório, documentos e cadáveres, bem como exames de comparação facial, elaborando os correspondentes laudos periciais, retratos falados, projeções de envelhecimento e disfarces, que instruem inquéritos e processos judiciais e localização de pessoas desaparecidas.
É o perito em identificação humana civil e criminal.