Infelizmente, existem dezenas de milhares de pessoas desaparecidas, famílias angustiadas e uma população que anseia pela resolução dos inúmeros casos abertos. Para isso, foi desenvolvido o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos em Alagoas (PLID/AL), que pode ser definido como uma união de forças que busca resgatar vidas e amenizar o sofrimento das famílias.
O Programa efetua o cadastro dos desaparecimentos, utiliza e sistematiza dados de diversas fontes e órgãos, e assim busca auxiliar o processo de localização e/ou identificação de pessoas desaparecidas.
O PLID/AL é coordenado pela Promotora de Justiça Dra. Marluce Falcão do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), e conta com a participação de diversos órgãos públicos e de todos os âmbitos, como da Segurança Pública, da Saúde, o Conselho Tutelar, entre outros, para que se possibilite um resultado mais efetivo.
Recentemente, a Polícia Federal demonstrou entusiasmo em integrar o Programa, que tem uma missão social tão importante e relevante. A parceria do Núcleo de Identificação da Polícia Federal de Alagoas (NID/AL), irá fortalecer a busca pelos desaparecidos, especialmente pela sua aptidão de ultrapassar as fronteiras do estado, proporcionando uma busca ampla em todo o território nacional e até no exterior, mas também pelo emprego de ferramentas modernas e corpo de servidores com expertise na identificação humana. A Papiloscopista Policial Federal Eloisa Novaes é a representante da Polícia Federal no PLID em Alagoas.
O primeiro episódio em que a PF atuou, no âmbito do PLID/AL, na resolução de caso de uma pessoa desconhecida/desaparecida, teve um final feliz. No dia 24 de março, um paciente deu entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) sem documentos, após ter sido atropelado no bairro da Pajuçara, Maceió, permanecendo acamado, desconhecido e não procurado desde então. O paciente permaneceu intubado por um período, e, mesmo após ter saído do coma, não conseguia falar ou escrever, o que inviabilizava sua identificação e a localização dos familiares.
Inicialmente o Ministério Público do Estado de Alagoas e o Hospital Geral do Estado acionaram tanto os Papiloscopistas do Instituto de Identificação Estadual, quanto os Papiloscopistas da Polícia Federal para realizarem a identificação do paciente.
Essa iniciativa, conduzida através do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/AL), envolveu a coleta de impressões digitais, realizada tanto por Papiloscopistas do Instituto de Identificação de Alagoas, quanto pela Papiloscopista Policial Federal Eloisa Novaes, contando com o auxílio da equipe de fisioterapia do HGE. Porém, inicialmente, as buscas nas bases de dados estadual e nacional não trouxeram resultados positivos.
Concomitante a isso, os membros do PLID/AL do Ministério Público divulgaram em redes sociais e jornais a foto do paciente, e com isso foi viabilizado o reconhecimento por suposta irmã do desaparecido, residente em outro Estado, que entrou em contato com as autoridades. Prontamente, foi solicitado documentos que comprovassem o parentesco e então encaminhada documentação proveniente do Estado de Pernambuco, em nome de Luis Cláudio dos Santos Negromonte.
Com as digitais do paciente coletadas no hospital e com a digital presente na documentação enviada, os Papiloscopistas Policiais Federais fizeram a comparação e posterior confirmação da real identidade do paciente como Luis Cláudio dos Santos Negromonte.
O feliz desfecho do caso, com o esclarecimento da verdadeira identidade do paciente e a localização dos seus familiares, só foi possível devido ao engajado trabalho em conjunto dos diversos órgãos e pessoas envolvidas, em especial com a perseverança da dedicada Promotora de Justiça Dra. Marluce Falcão do Ministério Público do Estado de Alagoas, com a empenhada equipe do Hospital Geral do Estado, com o incentivo e estímulo da Superintendente Regional da Policia Federal em Alagoas, a senhora Luciana Paiva, e o Delegado Regional Executivo, o senhor Daniel Grangeiro, e com o comprometimento dos Papiloscopistas do Instituto de Identificação do Estado de Alagoas e da Polícia Federal, da mídia e de toda a população que se prestimou em divulgar nas redes sociais a foto do paciente, até que se chegasse finalmente aos familiares.