Uma mulher encontrada morta em um galpão de aves na Espanha foi identificada quase sete anos depois, graças a uma grande campanha policial.
Na última quinta-feira, ela foi nomeada como Ainoha Izaga Ibieta Lima, de 33 anos, natural do Paraguai, na América do Sul.
Lima é a segunda pessoa identificada por meio da Operação Identify Me, uma campanha lançada pela Interpol para descobrir a identidade de dezenas de mulheres não identificadas encontradas mortas na Europa.
A primeira foi uma mulher britânica assassinada na Bélgica, cuja família a reconheceu após ver uma fotografia de sua tatuagem em uma reportagem da BBC News.
Cada identificação bem-sucedida “renova a esperança” de que outras mulheres “também possam ter suas identidades devolvidas”, afirmou o Secretário-Geral da Interpol, Valdecy Urquiza.
“Nosso trabalho não é apenas sobre resolver casos, mas também sobre restaurar a dignidade das vítimas e dar voz àqueles afetados pela tragédia.”
Investigação e Identificação
Lima foi encontrada morta em um galpão de aves anexo a uma fazenda na província de Girona, na Espanha, em agosto de 2018.
Ela não portava documentos de identificação, e os moradores da fazenda e da região informaram que não sabiam quem ela era. A única pista era uma tatuagem com a palavra “sucesso” escrita em hebraico.
Em 2023, seu caso foi incluído na Operação Identify Me, que levou à divulgação pública das chamadas “notificações negras” da Interpol – solicitações de informações sobre corpos não identificados.
No início de março de 2024, ocorreu um avanço quando as autoridades paraguaias compararam as impressões digitais enviadas pela Espanha com seu banco de dados nacional, confirmando sua identidade.
O irmão de Lima relatou à polícia que ela viajou para a Espanha em 2013. Após vários meses sem contato, ele registrou seu desaparecimento em 2019 junto às autoridades paraguaias.
Apesar da identificação, a Interpol afirmou que as circunstâncias da morte de Lima permanecem desconhecidas.
Outras Identificações e o Impacto da Campanha
A mulher identificada anteriormente através da campanha foi Rita Roberts, de 31 anos, do País de Gales.
O último contato que sua família teve com ela foi um cartão postal enviado da Bélgica em maio de 1992. Seu corpo foi encontrado no mês seguinte. Sua família a reconheceu pela tatuagem de uma rosa preta em uma reportagem da BBC sobre o lançamento da Operação Identify Me em 2023.
A campanha busca descobrir a identidade de outras 45 mulheres encontradas mortas nos Países Baixos, Alemanha, Bélgica, França, Itália e Espanha. A maioria delas são vítimas de assassinato, com idades estimadas entre 15 e 30 anos.
A Interpol destacou que o aumento da migração global e do tráfico humano tem levado a mais desaparecimentos fora dos países de origem, tornando a identificação de corpos um grande desafio.
Os detalhes de cada caso foram publicados no site da Interpol, acompanhados de fotografias de possíveis itens identificadores e reconstruções faciais.
Matéria da BBC: https://www.bbc.com/news/articles/c20dyym0yyzo
