A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação Biometrics para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias contra a Caixa Econômica Federal. A ação resultou no cumprimento de 16 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Ceará.
Esquema de Fraude e Investigação
As investigações começaram em junho de 2024, após a CAIXA relatar a abertura fraudulenta de contas empresariais e a obtenção de vultosos empréstimos mediante o uso de carteiras de identidade falsificadas. A quadrilha teve sua atuação identificada em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais e Sergipe.
A principal linha de investigação envolveu a comparação da biometria facial dos suspeitos que se apresentavam fisicamente nas agências bancárias para cadastramento. Para garantir a identificação de todos os membros da organização criminosa, a Polícia Federal obteve autorização judicial para realizar uma ação controlada, permitindo monitorar os investigados antes das prisões.
Tecnologia e Métodos de Identificação
Com autorização da 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo, a PF coletou biometrias faciais dos suspeitos nas agências da CAIXA durante a abertura das contas fraudulentas. O Núcleo de Identificação da PF elaborou nove laudos forenses analisando características físicas dos criminosos, como formato do crânio, traços faciais e outros elementos individualizadores.
Inicialmente, a CAIXA estimava um prejuízo de R$ 2 milhões. No entanto, a quebra de sigilo bancário revelou movimentações que alcançam R$ 42 milhões, indicando possíveis fraudes contra outras instituições financeiras. Os valores obtidos ilicitamente foram utilizados para aquisição de bens, como imóveis, joias e veículos, além de serem movimentados em múltiplas contas bancárias para lavagem de dinheiro.
Prisões e Penalidades
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, falsificação de documento público, falsidade ideológica e estelionato, podendo enfrentar penas de até 20 anos de prisão. Uma das investigadas, que já possuía mandados de prisão por tráfico de drogas e estelionato, foi presa na semana passada, em Guarulhos-SP, com apoio da Polícia Militar.
Cooperação Entre Instituições
A Operação Biometrics teve apoio de diversas instituições, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS/CE), a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), a Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE), o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) e diversas instituições financeiras.
A ação também faz parte da parceria de longa data entre a Polícia Federal e a Caixa Econômica Federal, que renovaram em outubro de 2023 um Acordo de Cooperação Técnica para reforçar a segurança do sistema financeiro nacional e combater fraudes contra o patrimônio público.
A ABRAPOL parabeniza os Papiloscopistas da Polícia Federal envolvidos nas investigações, ao mesmo tempo que sente orgulho em representa-los.

