Na categoria “Desenvolvimento de Tecnologia e Inovação”, onde foram considerados trabalhos e projetos que envolvessem soluções tecnológicas e inovações, como o desenvolvimento de aplicativos, equipamentos, processos e metodologias aplicadas ao contexto da identificação civil e criminal, desenvolvidos por Papiloscopistas Policiais Federais e que tenham contribuído de modo inequívoco para a melhoria dos trabalhos de identificação no âmbito da Polícia Federal.
OS INDICADOS FORAM:
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IDENTIFICAÇÃO HUMANA – DF
Curso de Especialização latu sensu proposto em 2012, idealizado pelo Papiloscopista Policial Federal Marco Antônio de Souza e que contou com a aquiescência da então Diretora do INI, Ana Lúcia Chaves e da Academia Nacional de Polícia. Trata-se, portanto, de um projeto construído por intermédio de diversos colaboradores, a exemplo dos colegas Christiano Lopes de Jesus e Luiz Maria de Araújo (coordenadores) e sem deixar de mencionar toda uma equipe de apoio no INI e na ANP, bem como os diversos professores que tem atuado junto ao corpo de alunos. É diante deste conjunto de atores que a citada especialização se encontra na fase final de mais uma edição, formando especialistas em identificação humana tanto da Polícia Federal, quanto das polícias civis e oferecendo como produto, trabalhos os mais diversos, relacionados à identificação em suas múltiplas vertentes.
EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES DIGITAIS SEM CONDIÇÕES TÉCNICAS DE CONFRONTO – DF
Um dos resultados do Doutorado em Nanotecnologia do Papiloscopista Policial Federal Marco Antônio, esta pesquisa inovadora demonstra a possibilidade de extração de informações junto a fragmentos de impressões digitais sem condições técnicas de confronto, a exemplo do sexo do indivíduo possuidor do datilograma. Apresenta, portanto, novos campos de atuação na análise de impressões digitais, para além da autoria.
INFOBIO – DF
Sistema que permite a consulta de registros existentes no AFIS/PF, gerando inclusive o respectivo formulário com fotografia e impressões digitais em vários tipos de extensão, dentre estas a NIST. Trata-se de um relevante facilitador para as atividades de identificação, pois permite o acesso às biometrias sem a necessidade de recorrer às estações do AFIS que anteriormente eram em quantidade restrita para as unidades descentralizadas de identificação. Viabiliza assim, buscas de individuais quando o AFIS se encontra inoperante. Teve como desenvolvedor o Papiloscopista Policial Federal Alexandre Henrique Machado Braga do Carmo, com a colaboração dos colegas Alessandro Mendes Soares Evangelista e Leandro Augusto Silveira Artese.
METODOLOGIA CÍCLICA APLICADA NA EXPLORAÇÃO DE IDENTIDADES FALSAS – AP
Proposta metodológica voltada para o auxílio na exploração de indícios de falsidades em bases de dados de registros civis. Foi elaborada pelos Papiloscopistas Policiais Federais Mylena Ferreira da Silva Nascimento e Saulo Giovani de Matos Silva. Tem se constituído como uma importante técnica de auxílio às investigações policiais, como no caso das DELEPREVs, no combate às fraudes previdenciárias.
PROJETO HIGIDEZ E INTEGRAÇÃO – AP
Enquanto projeto inicial no Amapá, tendo como sua coordenadora a Papiloscopista Policial Federal Natália Di Lorenzo e atualmente em sua segunda fase no citado estado, bem como em processo de implantação na PB, o Projeto Higidez e Integração permitiu o processamento dos dados de 36,5 mil Boletins de Identificação Criminal, incluindo um passivo que se acumulava nos últimos 10 anos junto ao SINIC naquele estado da região Norte. Também foram processadas as impressões digitais resultado das identificações criminais o que viabilizou a constatação de centenas de falsidades ideológicas e a autoria de inúmeros locais de crime. Trata-se de iniciativa já premiada pela PF em 2022 no concurso iNOV-PF.
SISBIC – RS
Sistema desenvolvido pelo Papiloscopista Policial Federal do Rio Grande do Sul, Leonardo dos Santos Silva, revolucionou os trabalhos nas unidades descentralizadas de identificação, uma vez que auxiliava na formatação e consulta das hipóteses de nomes junto ao antigo SINIC, facilitando a pesquisa onomástica no referido sistema. Também permitia uma vinculação ao SISCART, agilizando à inclusão de registros criminais no SINIC. Foi uma importante ferramenta facilitadora das atividades dos Papiloscopistas Policiais Federais junto ao Sistema Nacional de Informações Criminais.
SOFTWARE HORUS DE RETRATO FALADO – DF
Software de imagens de alta resolução utilizado para a confecção de Retratos Falados, projeções de envelhecimento ou de disfarces. A equipe que o desenvolveu foi composta pelos Papiloscopista Policiais Federais Antônio Vantuir, Cláudio Andrade, Carlos Eduardo Campos e Jade Kende Gonçalves Umbelino.
SISTEMA ALETHIA (“Verdade”) – DF
É um programa de computador que, a partir de um notebook (mini-AFIS) conectado a um smartphone e um leitor biométrico, possibilita a verificação de impressões digitais em uma grande base de dados previamente carregada. O Alethia também teve como desenvolvedor o Papiloscopista Policial Federal Jade Kende Gonçalves Umbelino em 2014, em parceria com os colegas Clauber Franco Miranda e Alessandro Mendes Soares Evangelista.
IDENTIFICAÇÃO AC – AC
Trata-se de aplicativo desenvolvido pelos Papiloscopistas Policiais Federais destinado à emissão de Ficha de Identificação contendo fotografia e impressões digitais, utilizando somente de um aparelho smartphone ligado a um coletor biométrico de baixo custo. Dentre as vantagens estão a facilidade de utilização, qualidade das impressões e geração de arquivos em vários formatos. Tal solução permite uma padronização de procedimentos e evita custos com deslocamento de servidores para simples processos de identificação. Seus desenvolvedores foram os Papiloscopistas Policiais Federais Franco Paes Leme Franco com o apoio de Marcos De Frias Raposo Pinheiro.
OS TRABALHOS VENCEDORES FORAM:
SOFTWARE HORUS
Primeira solução tecnológica totalmente desenvolvida por servidores do Instituto Nacional de Identificação em 2009. Foi assim, a primeira manifestação do potencial de criação de inovações tecnológicas em termos de Identificação Humana na Polícia Federal. Seu lançamento contou com a presença de diversas autoridades, dentre estas a do Diretor-Geral da Polícia Federal à época, tendo sido acompanhada pela mídia televisa e impressa, com repercussão nacional.
O Software Horus também foi fornecido gratuitamente para outras Secretarias de Segurança Pública de diversos estados da Federação, onde posteriormente foram capacitados os especialistas dos estados na sua utilização para a confecção de Retratos Falados e demais projeções.
Seu alcance atingiu escala internacional a exemplo do treinamento oferecido para a Polícia Cubana, bem como seus resultados foram objeto de debates em congresso da Associação Internacional de Identificação.
ALETHIA (“VERDADE”)
Sistema de grande versatilidade, proporcionando rápida resposta nos mais diversos tipos de eventos que demandam pesquisas biométricas. E esta verdade rápida se demonstrou fundamental em casos como o acidente da LaMia, assim como nos procedimentos de segurança do ENEM, ou para o controle de vigilantes e de segurança aeroportuária na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016. Também exerceu importante papel na localização de procurados da INTERPOL, onde a Polícia Federal bateu o recorde de capturas em 2015, tendo a quase totalidade das prisões, contado com o auxílio dos Papiloscopistas. Por fim, impossível deixar de mencionar as facilidades de pesquisa que este sistema propiciou em um momento tão delicado para a sociedade brasileira, quando da tragédia de Brumadinho, se tornando um recurso importantíssimo para os protocolos de DVI e para uma pronta resposta às comunidades vítimas deste tipo de infortúnios.