A papiloscopia, ciência que estuda as impressões digitais, é uma das mais poderosas ferramentas forenses para se chegar à autoria de um crime. Desde meados da década de 1990, observa-se que a comunidade científica tem se dedicado ao desenvolvimento de métodos analíticos para explorar os componentes químicos presentes nas impressões digitais e contribuir para em uma investigação policial.
Com essa ideia, o Papiloscopista Policial Federal Marco Antonio de Souza, concluiu, nesta terça feira (23/08/2022), o seu doutorado em nanociência e nanobiotecnologia pela Universidade de Brasília. Na pesquisa, o PPF identificou traços de cocaína em impressões digitais, a partir da utilização de nanosensores de ouro e ainda, utilizou a espectroscopia vibracional e ferramentas estatísticas para construir modelos de classificação utilizando amostras com características conhecidas, para discriminar indivíduos do sexo feminino ou masculino, a partir de suas impressões digitais, que foram submetidas a diferentes condições de armazenamento. Considerando um período de até 30 dias a partir da coleta da impressão digital, os resultados mostraram taxas de discriminação correta variando de aproximadamente 80-93%.
Ele estuda esse tema desde seu mestrado e possui outros artigos publicados na área. Ainda segundo Marco Antonio, por ser uma técnica não destrutiva, é possível pensar em otimizar essa metodologia e incorporá-la futuramente nos protocolos de análise de vestígios de impressões digitais encontradas em cena de crime em que não seja possível estabelecer a autoria.
A papiloscopia entrou definitivamente na era dos novos materiais, da instrumentação analítica, da nanotecnologia, das novas formulações químicas para os reagentes reveladores e da compreensão e uso dessas novas ferramentas. O desenvolvimento científico nacional dessa ciência tem permitido que profissionais da área entrem em linha com as melhores práticas forenses realizadas internacionalmente, promovendo melhores serviços prestados à sociedade brasileira, como mostra a pesquisa desenvolvida pelo PPF Marco Antonio.
“O PPF Marco Antônio identificou traços de cocaína em impressões digitais, a partir da utilização de nanosensores de ouro e ainda, utilizou a espectroscopia vibracional e ferramentas estatísticas para construir modelos de classificação.”
O evento contou com os integrantes da banca examinadora, Papiloscopistas Policiais Federais e convidados.